segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Necessidades da rede escolar.

Ministra da Educação justifica desemprego docente com desajuste entre oferta e procura A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, justificou hoje o aumento do desemprego na classe docente com o desajuste entre a oferta de formação superior e as necessidades da rede escolar do Ministério da Educação (ME). "Mais de metade dos candidatos a professor são de ciclos de ensino que não estão em crescimento", disse a ministra numa conferência de imprensa sobre o arranque do ano lectivo. "O 1º e 2º ciclos do ensino básico não estão em crescimento. São precisos professores no pré-escolar, no terceiro ciclo e no ensino secundário, sobretudo devido ao aumento da oferta nos cursos de educação e formação e profissionalizantes", afirmou. Reconhecendo que uma situação de desemprego pode ser "complicada" e "dramática", a titular da pasta da Educação acrescentou que as necessidades do ME são transmitidas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para que informe as instituições universitárias. "Não se pode impedir ninguém de seguir a carreira de professor, mas os jovens devem conhecer as possibilidades de empregabilidade. Há um desajuste entre a formação superior e as necessidades do ME", disse. "Qualquer concurso para funcionário público tem sempre imensa procura", exemplificou. Citando dados da OCDE, a ministra lembrou que Portugal é o país com menor número de alunos por cada professor no 1º ciclo (11), quando na Holanda e na Irlanda o rácio é 16 e 18, respectivamente. Já no secundário, as escolas portuguesas têm em média sete alunos por cada docente. "A ideia de que as dificuldades são provocadas pelo ME porque fecha escolas ou porque recusa postos é falsa. O objectivo da tutela é colocar nas escolas os recursos humanos essenciais ao desenvolvimento das actividades escolares", sublinhou. Na conferência de imprensa, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, negou que tenham sido contratados menos professores do que no ano lectivo passado, lembrando que ainda não foram atribuídos os horários incompletos, o que deverá acontecer ainda esta semana. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) promoveu hoje acções de protesto em várias cidades do país, incluindo testemunhos de docentes desempregados e a distribuição de comunicados à população, pretendendo ainda sublinhar "a importância do combate às políticas anti-sociais" que, segundo a estrutura sindical, mantêm milhares de professores no desemprego. De acordo com a Fenprof, nos últimos dois anos lectivos deixaram o sistema educativo 10.725 professores que não foram substituídos, estimando a federação que a rede do ME pode perder até 12 mil professores em 2007/08. 03.09.2007 - 15h35 Lusa

Sem comentários: